A partir de 2011, a UAB (Universidade Aberta do Brasil) passará a
oferecer os primeiros programas de pós-graduação stricto sensu a
distância. Atualmente, são disponibilizadas vagas em cursos de
graduação e especialização. Estão previstas, a princípio, a criação de
dois cursos de mestrado profissional:
educação infantil e docência em matemática para escola básica. A decisão é um marco na modalidade, já que não existem mestrados a distância no Brasil. A novidade, divulgada com exclusividade ao Universia por Celso José da Costa, coordenador-geral do sistema, integrará o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica do MEC (Ministério da Educação).
educação infantil e docência em matemática para escola básica. A decisão é um marco na modalidade, já que não existem mestrados a distância no Brasil. A novidade, divulgada com exclusividade ao Universia por Celso José da Costa, coordenador-geral do sistema, integrará o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica do MEC (Ministério da Educação).
“Com a maturidade do programa, essa expansão é mais do que
necessária. Até porque a capacitação dos professores da rede pública de
ensino não se limita à graduação e a especialização”, explica Costa, que
acrescenta a importância da UAB no processo de formação continuada dos
educadores brasileiros. “Aqueles que já concluíram a graduação terão a
oportunidade de continuar a estudar e se aperfeiçoar”, justifica. De
acordo com o coordenador-geral, os programas ainda estão em fase de
desenvolvimento e comissões especializadas se reunirão ao longo do ano para definir tanto o plano pedagógico, como o administrativo. “O edital de seleção de propostas
será lançado ainda esse ano”, garante ele, que prevê a abertura das
primeiras vagas no primeiro semestre de 2011.
O potencial da iniciativa é reconhecido por Paulo Monteiro Vieira Braga Barone, presidente da Câmara de Educação Superior – órgão vinculado ao Conselho Nacional de Educação. Na opinião dele, os programas de pós-graduação stricto sensu influenciarão a formação dos professores brasileiros. “A docência é muito mais ligada à concepção, do que a evidência. Daí a importância de garantir o contato de nossos profissionais à vivência em investigação”, ressalta ele. “Portanto, espera-se que essa oportunidade influencie muito mais gente, tanto no trabalho quanto nos processos formativos”, acrescenta ele.
Ao mesmo tempo em que o programa contribuirá com a formação dos docentes, promete viabilizar mudanças na rede pública de Ensino Básico no País. É o que acredita Klaus Schlünzen Junior, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho). “A própria característica do mestrado profissional viabilizará esses dois processos. Até porque, o programa alia formação teórica às necessidades do próprio mercado. Ou seja, os estudantes serão mobilizados a desenvolver trabalhos de investigação relacionados ao sistema educacional brasileiro com a identificação de soluções para problemas reais”, explica ele.
Além disso, a modalidade a distância permitirá o aumento do contato de professores com os programas de pós-graduação stricto-sensu. “A formação superará barreiras geográficas. E mais, permitirá uma riqueza cultural ainda maior ao curso”, acredita Schlünzen Junior.
Garantia de qualidade
Apesar do potencial, o sucesso dos novos programas da UAB vai depender das estruturas adotadas. “Hoje a preocupação frequente na implementação de qualquer curso, seja ele presencial ou a distância, é a qualidade”, enfatiza Barone. Fator que, segundo ele, é ainda mais relevante em iniciativas pioneiras. “Ainda que a legislação brasileira possibilite a criação de cursos de pós-graduação stricto sensu a distância, não há programas com essas características no País”, afirma ele.
Barone acredita que o preconceito com relação à modalidade também gera uma maior desconfiança no processo de formação, sobretudo em mestrados e doutorados. “As experiências recentes, porém, comprovam que os processos bem planejados podem formar bons profissionais. Há inclusive graduados pelo sistema que garantiram os primeiros lugares em concursos públicos”, declara o presidente da Câmara de Educação Superior, que acredita na repetição da tendência nos cursos strictos sensu da UAB. “Mas até que os resultados sejam conquistados nessa nova proposta, o esforço com a qualidade será o principal atrativo”, diz Barone.
A garantia da qualidade, na opinião de Barone, está na interação entre corpo docente e discente. Ele aponta ainda a importância dos programas respeitarem os princípios dos próprios cursos presenciais. “A gestão do mestrado a distância precisa ser muito bem pensada para que a formação dos profissionais não seja deturpada e garantam os mesmos resultados dos programas presenciais”, defende ele.
Para preservar a excelência da formação das pós-graduações das instituições de Ensino Superior públicas, Costa garante a adoção dos mesmos procedimentos adotados pelos cursos presenciais. “Os pré-requisitos exigidos pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) também deverão ser respeitados”, resume o coordenador-geral da UAB.
Mesmo sendo a distância, Barone ressalta ainda a necessidade de dedicação por parte dos estudantes. “Para possibilitar isso, será obrigatória a oferta de bolsas. Até porque, a dedicação à pesquisa, mesmo que na modalidade a distância, é essencial para a realização de pesquisas”, afirma ele. A real necessidade de auxílios, porém, já está nos planos do sistema UAB. “Pela primeira vez, o governo oferecerá bolsas na modalidade mestrado profissional”, assegura Costa. Ele garante já ter o aval tanto da Capes como do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para isso.
Muito mais do que oferecer cursos de pós-graduação stricto sensu, a UAB servirá de base na implementação de novos programas. “A iniciativa passará a servir de exemplo e de incentivo para as instituições de ensino, tanto privadas como públicas”, afirma Schlünzen Junior. Ele relaciona essa responsabilidade à importância da construção de uma estrutura sólida para os novos programas de pós-graduação.
Retirado em: http://www.educacaoadistancia.blog.br/uab-oferecera-mestrado-a-distancia/ Acesso em: 18 abr. 2010.
7 comentários:
Essa sem dúvida é uma ótima notícia. Acredito que essa iniciativa possibilitará um avanço significativo quanto a qualidade e formação de melhores profissionais. Como sabemos, mestrados e doutorados no Brasil ainda são restritos a um pouquíssimo número de profissionais e a nosso ver parece haver certa restrição das universidades tradicionais em formar esse tipo de profissional. A chegada de cursos a distância é a oportunidade de uma verdadeira democratização da educação Brasileira possibilitando ainda, que profissionais de regiões distantes como a nossa (interior do Acre), tenham acesso a avanços em sua carreira profissional.
Concordo com a pessoa do comentário acima. E acredito na qualidade que os cursos de mestrado oferecerão, pois eu estou terminando uma especialização à distância, da UAB/UFF e posso atestar a seriedade com que o curso é ministrado. Ele é tão bem amarrado que não há como a pessoa participar sem se envolver de verdade.
Eu posso afirmar que o ensino a distancia é tão eficaz quanto o presencial desde que haja o comprometimento do profissional que deseja cursar. Sou orientadora e pós graduada em educação a distancia pela UFMS e posso reiterar a seriedade com que é tratado o asunto.
Ilustres Senhoras e Senhores,
Eu gostaria de dar minha colaboração na questão do projeto que estuda a possibilidade de oficializar o Mestrado – stricto sensu – a distância, no Brasil. Acredito que seria um grande progresso se isto realmente fosse colocado em prática. Todavia, eu penso que o MEC deveria exigir do estudante que pretende matricular-se em curso de Mestrado a distância o seguinte PRÉ-REQUISITO: CONCLUSÃO DE PELO MENOS UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO, lato sensu ou stricto sensu – presencial ou a distância – CERTIFICADO ou DIPLOMA. Com isto o curso de Mestrado – stricto sensu – ganharia mais credibilidade.
O MEC e a CAPES não podem correr o risco de deixar desempregados Professores dos cursos de ESPECIALIZAÇÃO – LATO SENSU – a distância. A procura pelo Mestrato a distância vai ser grande. Vai “bombar”.
Sem a exigência do Pré-requisito em destaque, o mercado de trabalho, no que concerne aos cursos de especialização a distância, pode ficar esvaziado. Resumindo, podemos dizer que o Mestrado a distância, sem o Pré-Requisito mencionado acima, pode fazer um grande estrago, acredito.
Com a exigência do Pré-requisito, os cursos de Especialização – presencial ou a distância – ganhariam grande força, e dariam um valor especial ao Mestrado - stricto sensu - a distância.
Respeitosamente
Corbari Remo - Filósofo
Precisamos saber se o nº de vagas ofertadas irá realmente fazer a diferênça.
Roberlandio
A notícia do Curso de Mestrado à distância me deixou bastante feliz. Sou educadora da rede municipal de Natal/rn, tenho Pós-Graduação e o mestrado é um grande sonho.A expectativa de poder fazê-lo, traz grandes oportunidades e avanços para a formação profissional do educador(a).
Antonia
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